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        Dos movimentos espirituais, o romantismo talvez constitua o que mais tenha contribuído para o desenvolvimento de noções demasiado caras para as visões de mundo próprias da modernidade e, até mesmo, para as que, por falta de melhor nome, são chamadas “pós-modernas”. A liberação do eu profundo, o entrelaçamento de gêneros, o senso de ironia, a noção de mau infinito, a implicação fenomenológica do movimento e seu panteísmo avassalador; não olvidando, por isso, o caráter titânico da natureza, acarreando, esteticamente, o sentimento do sublime; mas também o nacionalismo mítico, confundindo-se com o valor ontológico do conceito de origem. Enfim, todas essas denominações e ideias, sejam de cunho meramente político, sejam de extração profundamente poética ou filosófica, ainda nos visitam, suscitando certa perplexidade. Sucede que as negligenciando, aqui e ali, em maior ou menor grau, não fazemos outra coisa senão atualizá-las em uma historicidade que não parece ter limites, promovendo, no mais das vezes, uma espécie de “anarquismo niilista” inconsequente, o que, por si só, e de modo apropriadamente irônico, mais parece sugerir uma atitude algo assaz romântica.

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